terça-feira, 13 de maio de 2008

o que seria de nós sem as máscaras que nos protegem?


Mascarados

Estou de mau humor? sou tarciturno, fechado, talvez frio?
Perdoa-me se eu pudesse,
gostaria de oferecer em ambundancia
toda a luz, todo o calor do mundo

Palacios, palameiras, danças
a Riviera infernal com violetas,
ou, pelo menos, de quando em vez,
uma feliz, uma rica hora de companhia.

Mas agora é tão dificil. Agora não posso
mentir nem roubar nenhum raio.
serei derrotado
numa convulsa luta sem glória.

Esse é o tempo do Anticristo,
Brilha a repugnante sujeira dourada do mundo.
e entram no céu:
nada engravatados , canalhas sutis.

mas eu luto aqui em baixo; e ninguem nem vê
esses tormentos que queimam nas noites do meu
[silêncio.

Tem paciência. Andia hão
de chegar os dias de harmoniosa música

Tem paciência. Enquanto puderes,
continua a ser o porto que me espera meu refúgio em
[flores.

Agora levo uma máscara fria e obscura,
mas dela me libertarei.

porque, se não o fizer, encharcada de lágrimas
ela cairá ao pedaços em teu seio.
e tu então me acalentarás, me acalentarás em teu colo até a morte.

Árpád Toth - poeta Húngaro.

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